Secretaria
de Estadual de Educação e Cultura.
Subsecretaria
Regional de Educação de Palmeiras de Goiás.
Colégio
Estadual Professora Maria Apresentação.
PROJETO FESTA
JUNINA
Cezarina,
24 de Junho de 2015.
Justificativa
Sabemos que em todo o Brasil são
muitas as escolas que comemoram a Festa
Junina. Hoje de diferentes formas: internamente, com alunos,
professores e funcionários, ou incluindo a família.
O papel da escola como
divulgadora de cultura é muito importante nestas datas, reforçando valores e
tradições.
Nossa proposta é desenvolver
atividades comemorativas partindo de trabalhos com reciclagem, onde se desperta
a cidadania e a consciência de nossas crianças e jovens para a Solidariedade. Tal
ação visa integrar escola e comunidade, promovendo o entendimento de que
podemos fazer a diferença no mundo através de pequenos atos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os
estudiosos situam as origens das comemorações juninas entre os povos arianos e
os romanos, na Europa, na Idade Antiga, desde os primeiros tempos. Naquela
época, essas festas eram consideradas como parte dos rituais de celebração da
passagem para o verão (inverno no Hemisfério Sul). A população rural promovia
as festas para afastar os espíritos maus que provocavam a esterilidade da
terra, as pestes nos cereais e as estiagens. No decorrer da Idade Média, a
festa foi cristianizada e a Igreja Católica deu-lhe como padroeiros os santos cujas
datas geográficas localizam-se na época da mudança de estação: Santo Antônio,
São João e São Pedro. Os rituais ligados ao fogo (balões, fogueira, foguetes)
também ganharam outra significação. De acordo com o que se acreditava, passaram
a ter a finalidade de afugentar os demônios. Na Península Ibérica acabou se
tornando uma das mais antigas e populares tradições da religiosidade popular
(Araújo, 1957; 1973).
Talvez
por isso, a introdução das festas juninas em nosso país também é bastante
antiga, aparecendo desde o início de nossa história, no século XVI. De acordo
com Câmara Cascudo (1972), citando um depoimento do padre Fernão Cardim, em
1583 essa já era a festividade mais popular, entre as introduzidas pelos
portugueses em Pindorama, e testemunhas do século XVII informam sobre a grande
popularidade da festa naquela época. Esse estudioso de nossa cultura confirma
que as cerimônias e crendices que acompanhavam as festas de antigamente eram
reminiscências de rituais muito antigos.
Os
dois autores concordam que a comemoração, com o passar dos anos, ganhou um
caráter de festividade própria da zona rural. Afirmam que, realmente, eram nos
bairros rurícolas onde se realizavam as festas mais animadas, sempre envolvidas
por uma profunda devoção pelos três santos homenageados.
É
curioso notar, de acordo com esses pesquisadores, que nas festas de junho o
casamento está presente em diversos lugares do Brasil, é considerado como um
“divertimento” durante a comemoração, em Minas Gerais, na região de influência
caipira, ele era realizado na noite de São João, junto à fogueira, na presença
dos pais dos noivos, padrinhos, pessoas da família e convidados. Numa época em
que o isolamento e a distância que teriam que vencer para atingir o local onde
encontrassem um padre que era imenso, acharam como solução a singeleza poética
de acreditar que obtinham a unção do santo, até que, tempos depois, pudessem
receber a bênção sacerdotal.
Todos
estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos
aspectos culturais dos brasileiros ( indígenas, afro-brasileiros e imigrantes
europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em
cada uma delas.
O
crítico e pesquisador musical José Ramos Tinhorão (2001) diz que, até o início
do século XX, nos quintais das casas mais opulentas da cidade de São Paulo,
acendiam-se fogueiras, nas festas de Santo Antônio, São João e São Pedro. Na
capital festejava-se como nas cidades interioranas. Um autor da época, afirma
que havia tantas fogueiras que, quem observasse, teria a impressão de estar
assistindo ao incêndio de uma cidade. E acentua que ali existia uma
singularidade, em relação às outras capitais brasileiras: em vez de converter
os recém-chegados do interior à cultura urbana local, os paulistanos foram levados,
pelos caipiras, a incorporar as peculiaridades do mundo rural.
A partir de meados da década de
1970, as festas juninas começaram a ser introduzidas nas escolas. Cerca de 10
anos depois eram muito raras as escolas que não promoviam estes festejos. Em face
da tendência educacional denominada Currículo como Tecnologia, que ficou mais
conhecida como Tecnicismo – e que foi introduzida no Brasil pela Lei n.
5.692/71 –, estas festividades passaram a fazer parte do planejamento da escola
e, por conseqüência, do próprio currículo, aparecendo como atividade prevista
no calendário escolar.
Entretanto,
a finalidade da realização dessas festas, além de seu aspecto de ludicidade,
adquiriu outros objetivos, como a arrecadação de fundos para que as unidades
escolares pudessem financiar seus projetos. Outro motivo da promoção das
festividades pelas escolas, às vezes admitido pelos educadores, é a
insuficiência de recursos repassados pelo Estado ou pelas prefeituras, já que a
falta de autonomia financeira as impede de comprar todo material permanente ou
de consumo que necessitam.
E
numa época em que a forma de administração torna-se sistêmica, ou seja, em que
as escolas tornaram-se parte de um conjunto de elementos e instituições da
sociedade que estão dinamicamente relacionados entre si (Chiavenato, 1993), as
festas juninas passaram a ser uma das formas de inserção e diálogo da
instituição escolar na comunidade para a qual ela existe. Em algumas cidades,
atualmente, as escolas são os únicos locais onde as festas juninas ainda são
realizadas, uma vez que elas desapareceram até de muitos clubes.
Portanto,
essa tradição milenar sobrevive hoje completamente despojada de suas
finalidades e caracteres religiosos com que foram instituídas. Ironicamente, a
única manifestação de religiosidade existente nas festas juninas escolares é o
casamento, que é realizado mais como um deboche da instituição matrimonial –
embora os promotores e participantes do evento possam nem ter essa intenção.
Nessa
pantomina, o “padre”, vestido de forma tão caricata como os “noivos”, costuma
fazer um simulacro das cerimônias do casamento católico.
Mas
não é só o casamento que é tratado de forma estereotipada nas festas escolares.
Os alunos e as alunas que frequentam o ensino básico são incentivados a comparecerem
nas festas “fantasiados” de caipira. Mário Sérgio Cortella (1998, p. 149-150)
analisa esse comportamento, tão comum nestas festividades juninas. “Muitas
escolas degradam a cultura popular brasileira ao fazerem simulacros de “festas
juninas”. Mesmo tendo em conta o imenso esforço feito pelas professoras
(semanas de ensaios!), as crianças são fantasiadas de caipiras (roupas
remendadas, dentes falhados, bigodes e costeletas horrorosas, chapéus
esgarçados, andar trôpego e espalhafatoso e um falar incorreto), como se os
trabalhadores rurais assim o fossem por gosto, ingênuos e palermas.
Poucas
escolas explicam a origem das festas e a importância do cidadão campesino e
resguardam sua dignidade; poucas, ainda, destacam que a falha no dente não é
algo que aquele brasileiro ou aquela brasileira tem para ficar “engraçados”
(são desdentados por sofrimento), ou informam que eles produzem comida e passam
fome, como se fossem subumanos, não têm acesso à escola etc. É, em grande
parte, a ridicularização da miséria, cujo ápice é uma festa na escola, com uma
concorrida profusão de máquinas fotográficas e filmadoras que se atropelam em
busca de imagens caricatas.
FESTAS JUNINAS NO NORDESTE
Embora
sejam comemoradas nos quatros cantos do Brasil, na região Nordeste as festas
ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagem a
três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região
onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para
agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Além
de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento
econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os
festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas
cidades. Embora a maioria dos visitantes seja brasileira, é cada vez maior o
número de europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para
acompanhar estas festas.
COMIDAS TIPICAS
Como
o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e
salgados, relacionados as festividades, são feitos deste alimento. Pamonha,
curau, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns
destes exemplos.
Além
das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce,
bolo de amendoim, bolo de pinhão, bom bocado, broa de fubá, cocada,
pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.
TRADIÇÕES JUNINAS
As tradições fazem parte das
comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro
para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário,
embora cada vez mais raro em função das leis que proíbem esta prática, em
função dos riscos de incêndio que representam.
No
Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos
ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde
os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas
para serem degustadas pelos festeiros.
Já
na região Sudeste é tradicional a realização de quermesses. Estas festas
populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem
barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da
quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Objetivos
específicos
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, é comum às simpatias
para mulheres solteiras que querem se casar.
No
dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”.
Diz à tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos
da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a
tradição, devem comer deste pão.
Objetivo
Geral
Desenvolver
ações efetivas de cidadania, reconhecendo possibilidades de intervenção na
sociedade tendo como meio as festividades que ocorrem no Brasil durante o mês
de junho.
- Valorizar as
diferenças culturais do Brasil.
- Reconhecer a importância da Festa Junina nas diferentes regiões.
- Propiciar a conscientização quanto aos cuidados com o meio ambiente.
- Desenvolver atitudes de solidariedade promovendo arrecadação de donativos.
- Despertar a consciência da necessidade de um mundo sustentável.
CONTEÚDOS
·
Valorização
das festas juninas.
·
Desenvolvimento
da linguagem oral, corporal e raciocínio.
·
Desenvolvimento
da imaginação e criatividade através da produção coletiva e da ilustração de
textos.
·
Cruzadinhas
sobre festas juninas.
·
Brincadeiras
Juninas; Figuras geométricas.
·
Quadrilha;
Músicas e poesias juninas (desafios).
·
Caça-palavras
sobre festas juninas.
·
Culinária
junina.
·
Atividades
matemáticas com situações problemas.
·
Valorização
do homem do campo.
·
Confecção
de balão e bandeirinhas para enfeitar a sala e a escola.
·
Montagem
de mural.
·
Pintura
de desenhos sobre festa junina.
·
Confecção
de quebra cabeças.
·
Obras
de Alfredo Volpi.
METODOLOGIA
Ensaio de dança
Confecção de balão e bandeiras
Cantar e dançar canções de festa junina
Brincar de desfile
Simular casamento caipira
Socialização do tema e do conhecimento que cada criança possui sobre ele
Degustação de pratos típicos
Confecção de decoração
Desenho; Recorte; Colagem; Pintura; Cartazes
Cruzadinhas; Caça-palavras; Músicas
Dramatizações; Confecção de mural
LINGUA PORTUGUESA:
Valorização das festas juninas
Desenvolvimento da linguagem oral, corporal e raciocínio.
Desenvolvimento da imaginação e da criatividade através de produção de textos.
Identificação dos tipos de frases
Cruzadinha sobre festa junina
Caça palavras
Exploração da leitura através de textos informativos
Interpretação de músicas e danças
Separação de sílabas
Substantivos
MATEMATICA
Resolver exercícios envolvendo multiplicação
Problemas e exercícios envolvendo divisão
Expressão numérica envolvendo as quatro operações
Dobro, triplo, quádruplo e quíntuplo.
Orçamentos e pesquisas de preço.
HISTÓRIA
Estudar a origem da
festa junina
Produzir texto: O que é a festa junina
Conhecer os símbolos juninos
Valorizar o homem do campo
Entender as musica típicas juninas
Pesquisar a tradição
junina local.
GEOGRAFIA
Conhecimento dos países onde originaram a festa junina
Conhecimento da culinária típica junina
A festa junina em meu estado
As diferenças existentes na tradição de uma região para outra
ARTES
Confeccionar balão e bandeiras para ornamentar a sala e a escola
Montar um mural
Pintar e desenhar sobre festa junina
Confeccionar cartazes e convites
Confeccionar quebra-cabeça
EDUCAÇÃO FÍSICA
Brincadeiras educativas
Jogos de futebol, queimada, ovo choco...
Jogos que estimulem a integridade entre os colegas
Ensaio para a dança
da quadrilha.
CIÊNCIAS
Conscientização dos
perigos das fogueiras e fogos de artifício.
Importância dos
movimentos (dança) para o corpo humano.
Receitas.
INGLÊS
Tradução de termos e
palavras relacionadas ás festas juninas.
Criação de história
em quadrinhos sobre o tema, em inglês.
Produção textual a
ser traduzida.
LITERATURA
Textos informativos
Produção de
textos, músicas.
Parlendas e
confecção de mural.
EDUCAÇÃO RELIGIOSA
Trabalhar respeito e
afetividade.
História, confecção e
apresentação de bandeiras dos santos padroeiros (Santo Antônio, São João
Batista e São Pedro),
CULMINÂNCIA:
Realização da
tradicional Festa Junina Escolar com quadrilha, barraquinhas e show de forró.
AVALIAÇÃO
A avaliação será através de
registro em relação a aprendizagem individual e coletiva dos alunos frente as
atividades propostas durante o desenvolvimento do projeto. Serão avaliadas no
decorrer do projeto participação, colaboração e organização durante as
atividades.
O processo de avaliação será
contínuo, permanente e cumulativo durante o início e término do projeto,
observando-se as mudanças de comportamento ético e social dos alunos, a
participação e o envolvimento no trabalho em grupo.
REFERÊNCIAS BIBIOGRAFICAS
ARAÚJO, A.M. Cultura
popular brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1973.
Avi, Ivã Ramon do Amaral. Como
é bom Festa Junina – Volume I,Editora: Esfera
CÂMARA CASCUDO. L. Dicionário
do folclore brasileiro. Brasília, DF: Instituto Nacional do Livro, 1972.
CHIAVENATO, I. Introdução
à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron, 1993.
CORTELLA, M.S. A escola e
o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo:
Instituto Paulo Freire; Cortez,
1998.
Oshima, Célia / Martinez, Eliane. Brincadeiras
na Festa Junina. Editora: Paulinas
TINHORÃO, J.R. Cultura
popular: temas e questões. São Paulo: Editora 34, 2001.