quinta-feira, 28 de abril de 2016

PROJETO FESTA JUNINA 2016

Secretaria de Estadual de Educação e Cultura.
Subsecretaria Regional de Educação de Palmeiras de Goiás.
Colégio Estadual Professora Maria Apresentação.


PROJETO FESTA
JUNINA


Cezarina, 24 de Junho de 2015.

Justificativa
            Sabemos que em todo o Brasil são muitas as escolas que comemoram a Festa Junina. Hoje de diferentes formas: internamente, com alunos, professores e funcionários, ou incluindo a família. 
            O papel da escola como divulgadora de cultura é muito importante nestas datas, reforçando valores e tradições.
            Nossa proposta é desenvolver atividades comemorativas partindo de trabalhos com reciclagem, onde se desperta a cidadania e a consciência de nossas crianças e jovens para a Solidariedade. Tal ação visa integrar escola e comunidade, promovendo o entendimento de que podemos fazer a diferença no mundo através de pequenos atos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os estudiosos situam as origens das comemorações juninas entre os povos arianos e os romanos, na Europa, na Idade Antiga, desde os primeiros tempos. Naquela época, essas festas eram consideradas como parte dos rituais de celebração da passagem para o verão (inverno no Hemisfério Sul). A população rural promovia as festas para afastar os espíritos maus que provocavam a esterilidade da terra, as pestes nos cereais e as estiagens. No decorrer da Idade Média, a festa foi cristianizada e a Igreja Católica deu-lhe como padroeiros os santos cujas datas geográficas localizam-se na época da mudança de estação: Santo Antônio, São João e São Pedro. Os rituais ligados ao fogo (balões, fogueira, foguetes) também ganharam outra significação. De acordo com o que se acreditava, passaram a ter a finalidade de afugentar os demônios. Na Península Ibérica acabou se tornando uma das mais antigas e populares tradições da religiosidade popular (Araújo, 1957; 1973).
Talvez por isso, a introdução das festas juninas em nosso país também é bastante antiga, aparecendo desde o início de nossa história, no século XVI. De acordo com Câmara Cascudo (1972), citando um depoimento do padre Fernão Cardim, em 1583 essa já era a festividade mais popular, entre as introduzidas pelos portugueses em Pindorama, e testemunhas do século XVII informam sobre a grande popularidade da festa naquela época. Esse estudioso de nossa cultura confirma que as cerimônias e crendices que acompanhavam as festas de antigamente eram reminiscências de rituais muito antigos.
Os dois autores concordam que a comemoração, com o passar dos anos, ganhou um caráter de festividade própria da zona rural. Afirmam que, realmente, eram nos bairros rurícolas onde se realizavam as festas mais animadas, sempre envolvidas por uma profunda devoção pelos três santos homenageados.
É curioso notar, de acordo com esses pesquisadores, que nas festas de junho o casamento está presente em diversos lugares do Brasil, é considerado como um “divertimento” durante a comemoração, em Minas Gerais, na região de influência caipira, ele era realizado na noite de São João, junto à fogueira, na presença dos pais dos noivos, padrinhos, pessoas da família e convidados. Numa época em que o isolamento e a distância que teriam que vencer para atingir o local onde encontrassem um padre que era imenso, acharam como solução a singeleza poética de acreditar que obtinham a unção do santo, até que, tempos depois, pudessem receber a bênção sacerdotal.
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros ( indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
            O crítico e pesquisador musical José Ramos Tinhorão (2001) diz que, até o início do século XX, nos quintais das casas mais opulentas da cidade de São Paulo, acendiam-se fogueiras, nas festas de Santo Antônio, São João e São Pedro. Na capital festejava-se como nas cidades interioranas. Um autor da época, afirma que havia tantas fogueiras que, quem observasse, teria a impressão de estar assistindo ao incêndio de uma cidade. E acentua que ali existia uma singularidade, em relação às outras capitais brasileiras: em vez de converter os recém-chegados do interior à cultura urbana local, os paulistanos foram levados, pelos caipiras, a incorporar as peculiaridades do mundo rural.
A partir de meados da década de 1970, as festas juninas começaram a ser introduzidas nas escolas. Cerca de 10 anos depois eram muito raras as escolas que não promoviam estes festejos. Em face da tendência educacional denominada Currículo como Tecnologia, que ficou mais conhecida como Tecnicismo – e que foi introduzida no Brasil pela Lei n. 5.692/71 –, estas festividades passaram a fazer parte do planejamento da escola e, por conseqüência, do próprio currículo, aparecendo como atividade prevista no calendário escolar.
Entretanto, a finalidade da realização dessas festas, além de seu aspecto de ludicidade, adquiriu outros objetivos, como a arrecadação de fundos para que as unidades escolares pudessem financiar seus projetos. Outro motivo da promoção das festividades pelas escolas, às vezes admitido pelos educadores, é a insuficiência de recursos repassados pelo Estado ou pelas prefeituras, já que a falta de autonomia financeira as impede de comprar todo material permanente ou de consumo que necessitam.
E numa época em que a forma de administração torna-se sistêmica, ou seja, em que as escolas tornaram-se parte de um conjunto de elementos e instituições da sociedade que estão dinamicamente relacionados entre si (Chiavenato, 1993), as festas juninas passaram a ser uma das formas de inserção e diálogo da instituição escolar na comunidade para a qual ela existe. Em algumas cidades, atualmente, as escolas são os únicos locais onde as festas juninas ainda são realizadas, uma vez que elas desapareceram até de muitos clubes.
Portanto, essa tradição milenar sobrevive hoje completamente despojada de suas finalidades e caracteres religiosos com que foram instituídas. Ironicamente, a única manifestação de religiosidade existente nas festas juninas escolares é o casamento, que é realizado mais como um deboche da instituição matrimonial – embora os promotores e participantes do evento possam nem ter essa intenção.
Nessa pantomina, o “padre”, vestido de forma tão caricata como os “noivos”, costuma fazer um simulacro das cerimônias do casamento católico.
Mas não é só o casamento que é tratado de forma estereotipada nas festas escolares. Os alunos e as alunas que frequentam o ensino básico são incentivados a comparecerem nas festas “fantasiados” de caipira. Mário Sérgio Cortella (1998, p. 149-150) analisa esse comportamento, tão comum nestas festividades juninas. “Muitas escolas degradam a cultura popular brasileira ao fazerem simulacros de “festas juninas”. Mesmo tendo em conta o imenso esforço feito pelas professoras (semanas de ensaios!), as crianças são fantasiadas de caipiras (roupas remendadas, dentes falhados, bigodes e costeletas horrorosas, chapéus esgarçados, andar trôpego e espalhafatoso e um falar incorreto), como se os trabalhadores rurais assim o fossem por gosto, ingênuos e palermas.
            Poucas escolas explicam a origem das festas e a importância do cidadão campesino e resguardam sua dignidade; poucas, ainda, destacam que a falha no dente não é algo que aquele brasileiro ou aquela brasileira tem para ficar “engraçados” (são desdentados por sofrimento), ou informam que eles produzem comida e passam fome, como se fossem subumanos, não têm acesso à escola etc. É, em grande parte, a ridicularização da miséria, cujo ápice é uma festa na escola, com uma concorrida profusão de máquinas fotográficas e filmadoras que se atropelam em busca de imagens caricatas.

FESTAS JUNINAS NO NORDESTE
Embora sejam comemoradas nos quatros cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagem a três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja brasileira, é cada vez maior o número de europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar estas festas.

COMIDAS TIPICAS
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados as festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, curau, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns destes exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bom bocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.

TRADIÇÕES JUNINAS
            As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raro em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste é tradicional a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Objetivos específicos Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, é comum às simpatias para mulheres solteiras que querem se casar.
No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz à tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
Objetivo Geral 
Desenvolver ações efetivas de cidadania, reconhecendo possibilidades de intervenção na sociedade tendo como meio as festividades que ocorrem no Brasil durante o mês de junho.

- Valorizar as diferenças culturais do Brasil.
- Reconhecer a importância da Festa Junina nas diferentes regiões.
- Propiciar a conscientização quanto aos cuidados com o meio ambiente.
- Desenvolver atitudes de solidariedade promovendo arrecadação de donativos.
- Despertar a consciência da necessidade de um mundo sustentável.
CONTEÚDOS
·                     Valorização das festas juninas.
·                     Desenvolvimento da linguagem oral, corporal e raciocínio.
·                     Desenvolvimento da imaginação e criatividade através da produção coletiva e da ilustração de textos.
·                     Cruzadinhas sobre festas juninas.
·                     Brincadeiras Juninas; Figuras geométricas.
·                     Quadrilha; Músicas e poesias juninas (desafios).
·                     Caça-palavras sobre festas juninas.
·                     Culinária junina.
·                     Atividades matemáticas com situações problemas.
·                     Valorização do homem do campo.
·                     Confecção de balão e bandeirinhas para enfeitar a sala e a escola.
·                     Montagem de mural.
·                     Pintura de desenhos sobre festa junina.
·                     Confecção de quebra cabeças.
·                     Obras de Alfredo Volpi.
METODOLOGIA
Ensaio de dança
Confecção de balão e bandeiras
Cantar e dançar canções de festa junina
Brincar de desfile
Simular casamento caipira
Socialização do tema e do conhecimento que cada criança possui sobre ele
Degustação de pratos típicos
Confecção de decoração
Desenho; Recorte; Colagem; Pintura; Cartazes
Cruzadinhas; Caça-palavras; Músicas
Dramatizações; Confecção de mural

LINGUA PORTUGUESA:

Valorização das festas juninas
Desenvolvimento da linguagem oral, corporal e raciocínio.
Desenvolvimento da imaginação e da criatividade através de produção de textos.
Identificação dos tipos de frases
Cruzadinha sobre festa junina
Caça palavras
Exploração da leitura através de textos informativos
Interpretação de músicas e danças
Separação de sílabas
Substantivos

MATEMATICA

Resolver exercícios envolvendo multiplicação
Problemas e exercícios envolvendo divisão
Expressão numérica envolvendo as quatro operações
Dobro, triplo, quádruplo e quíntuplo.
Orçamentos e pesquisas de preço.

HISTÓRIA
Estudar a origem da festa junina
Produzir texto: O que é a festa junina
Conhecer os símbolos juninos
Valorizar o homem do campo
Entender as musica típicas juninas
Pesquisar a tradição junina local.
GEOGRAFIA

Conhecimento dos países onde originaram a festa junina
Conhecimento da culinária típica junina
A festa junina em meu estado
As diferenças existentes na tradição de uma região para outra

ARTES

Confeccionar balão e bandeiras para ornamentar a sala e a escola
Montar um mural
Pintar e desenhar sobre festa junina
Confeccionar cartazes e convites
Confeccionar quebra-cabeça

EDUCAÇÃO FÍSICA

Brincadeiras educativas
Jogos de futebol, queimada,  ovo choco...
Jogos que estimulem a integridade entre os colegas
Ensaio para a dança da quadrilha.

CIÊNCIAS

Conscientização dos perigos das fogueiras e fogos de artifício.
Importância dos movimentos (dança) para o corpo humano.
Receitas.

INGLÊS

Tradução de termos e palavras relacionadas ás festas juninas.
Criação de história em quadrinhos sobre o tema, em inglês.
Produção textual a ser traduzida.
LITERATURA

Textos informativos
 Produção de textos, músicas.
 Parlendas e confecção de mural.

EDUCAÇÃO RELIGIOSA

Trabalhar respeito e afetividade.
História, confecção e apresentação de bandeiras dos santos padroeiros (Santo Antônio, São João Batista e São Pedro),

CULMINÂNCIA:

Realização da tradicional Festa Junina Escolar com quadrilha, barraquinhas e show de forró.

AVALIAÇÃO

A avaliação será através de registro em relação a aprendizagem individual e coletiva dos alunos frente as atividades propostas durante o desenvolvimento do projeto. Serão avaliadas no decorrer do projeto participação, colaboração e organização durante as atividades.
O processo de avaliação será contínuo, permanente e cumulativo durante o início e término do projeto, observando-se as mudanças de comportamento ético e social dos alunos, a participação e o envolvimento no trabalho em grupo.

REFERÊNCIAS BIBIOGRAFICAS

ARAÚJO, A.M. Cultura popular brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1973.
Avi, Ivã Ramon do Amaral. Como é bom Festa Junina – Volume I,Editora: Esfera

CÂMARA CASCUDO. L. Dicionário do folclore brasileiro. Brasília, DF: Instituto Nacional do Livro, 1972.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron, 1993.

CORTELLA, M.S. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo: Instituto Paulo Freire; Cortez,
1998.
Oshima, Célia / Martinez, Eliane. Brincadeiras na Festa Junina. Editora: Paulinas


TINHORÃO, J.R. Cultura popular: temas e questões. São Paulo: Editora 34, 2001.

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